A MORTE DA BORBOLETA

Voando por sobre a arvoreta,

Ruflando de par em par,

As asas da borboleta

Puseram-se azuis a voar

Mas o vento do negrume

Lançou poeira no ar

E as asas no pesadume

Penderam-se no seu ruflar.

No silêncio e na penumbra,

A vida está por um fio:

Estende os olhos, vislumbra

As duas margens do rio.

Num frio e penoso abraço,

A morte sustenta uma vela,

No perfil de quase um traço,

As nuvens choram por ela...