SOB A INDOLÊNCIA DA LUA

Anelo colher o embevecer escondido

Nos jardins dos corações humanos,

Mas o que vislumbro senão angústia,

Desespero, dor?

Que é da ternura e da rosa do amor?

Transformaram-se em semente de ódio?

Céus! Oh, não!

Clamo aos gritos insólitos e

lamento em altos brados.

Por que?

Desespero, medo do desconhecido. Meu ego!

Não quero, não preciso, não anseio,

Eu amo! Sim, por favor, eu amo...!

E tanto amo mais que tudo quanto temo o menos nada

E sofro, me desencontro, temo o não poder ser nem ter.

Quero abraçar o pôr do sol iminente,

Mas ouço gritos agônicos súbitos

Não são da vida, mas da morte

Oh, não!

Abundância de flores

Odores, fragrâncias

Jardins encantados

Contudo...explosões

Tiros, clamores...

Socorro!! O medo, o medo!

O lamento de uma mãe afogueada,

O ocaso que desperta a flor noturna.

Cai o manto da noite!

Arremedo.

Orgasmos que começam, sussurros

Entre lençóis, camas desarrumadas

Noite cosmopolita.

Sob a indolência da lua

Sob o indiferente olhar das estrelas

Tendo por testemunha a cumplicidade

Dos covardes e seus temores.

Todos somos, a um só tempo, um tanto culpados

Um tanto inocentes... talvez ingênuos

Mesmo os simplórios.

Só depende para que lado pende o coração

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 24/01/2008
Código do texto: T830983
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