VIDA DE INTERIOR

Cheiro de mato, de terra molhada,

depois da chuva que mantém a vida do mato.

Cheiro de fumaça, de coisa queimada,

do fogão aceso, com a lenha do mato.

Sabor natural,

iguarias de uma gostosura sem igual.

Cigarro de palha queimando,

e o matuto lá se deliciando.

Tá tocando moda de viola,

e não é que o moço tem mesmo uma viola!!!

Comadre conversa com comadre,

pelo muro baixo por onde se vê o padre.

Boteco aberto na esquina,

onde não entra aquela grã-fina.

Na janela que não é de Januária,

vejo a moça de vida contrária.

E o fim do dia é uma alegria,

Em que daria tudo por mais um dia.

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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 24/01/2008
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