VIDA DE INTERIOR
Cheiro de mato, de terra molhada,
depois da chuva que mantém a vida do mato.
Cheiro de fumaça, de coisa queimada,
do fogão aceso, com a lenha do mato.
Sabor natural,
iguarias de uma gostosura sem igual.
Cigarro de palha queimando,
e o matuto lá se deliciando.
Tá tocando moda de viola,
e não é que o moço tem mesmo uma viola!!!
Comadre conversa com comadre,
pelo muro baixo por onde se vê o padre.
Boteco aberto na esquina,
onde não entra aquela grã-fina.
Na janela que não é de Januária,
vejo a moça de vida contrária.
E o fim do dia é uma alegria,
Em que daria tudo por mais um dia.
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