O último cavaleiro

Busquei atenção ao mostrar alguns códigos antigos

Ritos em desuso

Uma antiga ideia de abrigo

Uma velha concepção de mundo

Não me deram ouvidos

Empurraram-me pro precipício

O mundo é movediço e eu sou um cavaleiro errante

Talvez um bobo da corte

Um eterno retirante

Condenado à solidão

Que olhou pra lua por um instante

Entreguei minhas armas

Vou embora do castelo

Meu sorriso amarelo revela a dor do dever cumprido

A batalha cobrou alguns sacrifícios que só almas antigas entendem

A cavalaria foi desativada

Sou um fardo fadado ao esquecimento

Minha armadura já sente a ferrugem tomando conta da situação

Mas meu peito cansado exibe um raro coração

Sempre cheio de espinhos

Mas com ritos e sorrisos que fazem valer a pena toda essa solidão

A donzela sempre estará aqui dentro

Embora esteja em uma longínqua estação

Entreguei meu escudo

Sou um alvo fácil

Todo cavaleiro é um tolo idealista

Um irrealista quixotesco a procura de um novo endereço que vibre o seu coração

Eu sou dessa espécie

Estamos em extinção

O mundo é uma estrada perigosa

E eu sou o último dessa legião

Mas meu coração segue batendo naquele castelo

E você seguiu pra outra estação

Marcos Frank
Enviado por Marcos Frank em 24/02/2025
Reeditado em 25/02/2025
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