(des)Ode à relevância
não quero ser relevante
quero poder não prestar
servir pra nada, não valer a pena qualquer coisa
quero ser fútil sem julgamentos
comum e ruim
imprestável e banal
sem o compromisso de ser algo bom
não quero o fardo de ter que ser alguém na vida
de ter que falar bem
de ter que me arrumar
não quero ser relevante ou
necessário ou
essencial
quero minguar até o meu inevitável fim
até não restar célula sobre célula,
substância ou matéria,
coroa ou luto
quero ser desapercebido
invisível
bem como nos
invisíveis dias de
minha
vida.