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ROTINA DA MINHA SAUDADE

(Sócrates Di Lima)

 

Faz-se minha rotina,

Nas manhãs que emergem pálidas,

A brisa feita morfina,

Ameniza a dor das horas cálidas.

 

A noite mal dormida,

Faz o corpo cansado,

A alma comprimida,

Pelo sono malfadado.

 

Que insônia imexível,

Por certo injustificável,

Que se torna sofrível,

Pela saudade (in)decifrável.

 

Olho a manhã que segue além,

Onde meus olhos a estrada já não alcançam,

Entre curvas, aclives e declives também,

Cerceia as vontades que me caçam.

 

Mudou-se a rotina do meu dia a dia,

Talvez porque eu assim me pronunciasse,

Havia tempos essa rotina não existia,

Já que havia o que a mantivesse.

 

Poderia silenciar-me a despeito disto,

Mas, seria um tédio suportar isto sozinho,

Minha vontade se resume nisto,

Construir em mim um novo caminho.

 

Sem estações de espera,

Sem mergulhar na mais profunda alienação,

Começando pela primavera,

Seguindo até a última estação.

 

Mas minha alma assim não deseja,

Nem meu coração se compartilha,

O que me resta é seguir a rotina como seja,

Seguindo a estrada e a mesma trilha.

 

Sobre a mesa um livro de anotações,

Onde lavrado o pensamento que se encaixa,

Se faz poesia e canto em abstinações,

Sedentos nas saudades que enlaça.

 

E por mais que alegre meus lábios se façam,

Não sinto esta alegria na minha intimidade,

E por mais que minhas querências disfarçam,

Continuarei firme na rotina da minha saudade.

 

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 17/12/2024
Reeditado em 17/12/2024
Código do texto: T8221241
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