Amiga que não quis ficar

(Sócrates Di Lima) 

 

Ela chegou de mansinho,

Sorrateira deu sinal.,

Queria dormir no meu ninho,

Talvez, proposital.

 

Tão meiga,

Um olhar de piedade.,

Se derretia feito manteiga,

Tinha um olhar de necessidade.

 

Abri-lhe a janela,

Seu chamado atendi.,

Tinha um dengo só dela,

Por ela me derreti.

 

Mas era uma noite chuvosa,

Talvez estivesse ali por encanto.,

Olhou-me dengosa,

La dentro escolheu seu canto.

 

Sobre a cama se deitou,

Dengosa se remexia.,

Queria carinho, chamou,

Eu graciosamente lhe atendia.

 

Ali no meu canto, vivo sozinho,

Numa cama larga e vazia.,

Não a chamo de ninho,

Mas, foi ali que o seu olhar escolhia.

 

E de repente, ela resolveu partir,

Com seu olhar mostrou-me a janela.,

Abri-lhe, ela quis sair,

Levou meu carinho com ela.

 

..E nunca mais voltou,

Seu  chamado toda noite eu posso escutar.,

Aquela gatinha que para a chuva voltou,

A amiga que não quis ficar.

 

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 16/12/2024
Reeditado em 16/12/2024
Código do texto: T8220605
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