NA AUSÊNCIA
Se sou um sonhador, o inconsequente
Culpem minh´alma
Que anda, mãos dadas ao vento,
Escutando sussurros,
Contos e prosas pr´além do mar
Lugar onde se deita o sol poente!
Lá, onde estrelas milenares
Disputam com os homens
Junto a outro brilho - Fulgor esplêndido!
A lhes roubar suspiros e olhares...
Quem é esta, que caminha na noite
Levando consigo cicios e ais
Sicária, por tantas paixões roubadas
Deixou-me, entretanto, o instante como açoite!
Vem sentar-se a meu lado, ouça o regato
Que assim como o vento, fala de solidão...
Colhestes tantas rosas, ficaram órfãos os jardins!
Deixai Querubim, antes do sol nos dar adeus
Aquela dor, que para mim é prazer,
Teus olhos, na ausência, me fitando ao retrato!
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Observação
"instante" - No texto, está no sentido figurado de fotografia, foto