NA AUSÊNCIA

Se sou um sonhador, o inconsequente

Culpem minh´alma

Que anda, mãos dadas ao vento,

Escutando sussurros,

Contos e prosas pr´além do mar

Lugar onde se deita o sol poente!

Lá, onde estrelas milenares

Disputam com os homens

Junto a outro brilho - Fulgor esplêndido!

A lhes roubar suspiros e olhares...

Quem é esta, que caminha na noite

Levando consigo cicios e ais

Sicária, por tantas paixões roubadas

Deixou-me, entretanto, o instante como açoite!

Vem sentar-se a meu lado, ouça o regato

Que assim como o vento, fala de solidão...

Colhestes tantas rosas, ficaram órfãos os jardins!

Deixai Querubim, antes do sol nos dar adeus

Aquela dor, que para mim é prazer,

Teus olhos, na ausência, me fitando ao retrato!

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Observação

"instante" - No texto, está no sentido figurado de fotografia, foto

André da Costa
Enviado por André da Costa em 15/12/2024
Reeditado em 15/12/2024
Código do texto: T8220065
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