Roteiro
A escuridão da noite destacava as estrelas,
A brisa era soprada pelos anjos,
Arcanjos e serafins,
Trombetas soavam ao longe,
Festa do Bom Jesus?
Ou São João do Bonfim?
Não lembro ao certo.
Olhares que se cruzavam,
Um sorriso,
No canto do rosto.
Ainda sinto a maciez daquela pele branca,
Seu cheiro ainda está em mim,
Em algum lugar,
Na memória afetiva.
Dedos entrelaçados,
E através da mão,
Pude sentir teu calor,
Um abraço que é aconchego,
Minha boca procura a sua,
Sedenta,
Buscando a doçura,
Nem sabia que era amor.
Eu,
Menino que só fazia graça,
Tentava arrancar um sorriso para me deslumbrar,
Como se já não tivesse,
Naquele momento,
Nada mais importava.
Te levei em casa,
Lembro de quase todos os passos daquela tão feliz caminhada,
Ora me postei de joelhos,
Talvez querendo provar,
Que a partir daquele momento,
Seria por mim venerada.
Não se assuste pela confissão,
Não,
Não é obsessão,
São apenas memórias,
Que talvez aflorem por perceber a possibilidade de um fim,
Ou início de um novo começo,
É como se fosse um filme,
Eu como personagem,
Não posso esquecer do roteiro.