CICATRIZES
*Cicatrizes*
A dor do abandono é um eco no peito,
um vazio profundo, um grito imperfeito.
Fere a alma, rasga o coração,
deixando marcas de uma solidão.
As noites são longas, sem cor, sem abrigo,
cada lembrança, um peso, um castigo.
As perguntas sem resposta, o silêncio voraz,
machucam mais fundo que o tempo que jaz.
Mas o tempo, o velho amigo que cura,
vem com passos lentos, com força segura.
As feridas se fecham, não sangram mais,
e as cicatrizes tornam-se sinais.
Sinais de luta, de superação,
de quem enfrentou a dor e a rejeição.
De quem aprendeu a se levantar,
mesmo quando o chão parecia faltar.
Hoje, as marcas são apenas memórias,
pedaços de uma longa história.
Não doem mais, são lições de viver,
provas de que é possível renascer.
Cicatrizes não são fraquezas, mas força escondida,
testemunhos de uma alma que encara a vida.
E na pele, outrora marcada de dor,
agora há espaço para novos traços de amor.
*Vasco Toledo*