Mar, doce salgado mar
Caminhei pela areia molhada,
As ondas espraiando em meus pés,
As pegadas apagadas pela espuma,
O mar, o sal, o destino desaguando,
Tudo em uma imensidão de calma,
Sorri para o mar em sua plenitude,
Na sabedoria dos tempos,
Indo e voltando pacientemente,
O mar em seus humores cíclicos,
Águas mais claras, azuis esverdeadas,
Um tom mais sombreado: ametista,
Ou um azul mais intenso brincando,
No alinhamento de fundo com o céu,
Ah, o mar! De tantas poesias e músicas,
De tantas fotografias e filmes nostálgicos,
Das ondas que aventuram os surfistas,
Das mensagens e desejos nas garrafas,
O mar é morada, é abraço, é varanda,
Dele vejo o mundo, nele me encontro,
Fiz minha vida coincidir com ele,
Com seu horizonte, sua paisagem,
Não sou de interiores, sou de mares,
Não sou de matos, sou de mares,
Não sou de montanhas, sou de mares,
Não sou de medos, sou de mares,
Mar doce salgado, mar que me acolhe...