Amores Antigos
Chagaspires
Quando volto a respirar o perfume dos teus ares me sinto criança outra vez.
O cheiro das águas do açude de São Bento se mistura com os da baixa da inocência.
Os meses que moramos naquela casinha cujo quintal dava para o açude; me faz rever os jacarés que por ali dormitavam.
A travessia do balde onde a gente passava me trás de volta o percurso até as ruas da vila onde vivi.
Foram tempos de infante onde a mocidade andava de mãos dadas com os anseios de criança.
Trago ainda na lembrança as saudades daqueles que fizeram parte do início de minha vida.
Minhas avós minha mãe meu pai, minhas tias.
Os meus irmãos, meus primos, os amigos participantes das peraltices e brincadeiras que coroavam os dias e noites repletos de beleza da mocidade inocente e feliz.
A escola onde dei os primeiros passos para o conhecimento do saber.
A igreja lá na fábrica e a do Convento das irmãs da Sagrada Família onde tantas missas eu participei.
A queda d'água do açude da Mata onde banhos de cachoeira tomei.
O campo de futebol e o geladinho onde me banhei para curar a ressaca.
A casa da rua Pierre Collier e a da ladeira do calçamento, onde grande parte de minha história
ficou guardada entre suas paredes.
As festas nos Clubes sociais cujas músicas embalaram nossos sonhos.
Ficaram paradas no tempo e até hoje não consigo arrancar da memória aqueles mágicos momentos.
São amores que vivem comigo até os dias de hoje.
Dizem que velho vive de lembranças.
Como posso eu retirar da memória a historia da minha vida.