GEMIDOS
(Sócrates Di Lima)
Distante ouço seus gemidos,
Gruíndos feito pássaro perdido,
Sozinho em um canto escondido.
sob a chuva de um dia sofrido.
Como a avezinha sob a chuva,
O frio gélido descabido em seu corpo em pena,
Sem pena como mão em gelo, sem luva,
Geme na solidão que 9entra em cena.
Como os gemidos dos dorídos,
Ouço seus lamentos tristes...
Alma e coração doloridos,
Na distância que a saudade insiste.
Ouço o clamor de violino,
Na sinfonia triste de um amor...
Que se perde na distância de menino,
Que na fase adulta a inocência vira dor.
Ah! Que seus gemidos sepulcrais,
Que se ecoam nos abismos de um bem querer,
Sem toques, sem cheiros, sem sinais...
Se perdem nos ventos que chegam ao entardecer.
E assim minh'alma se retrai ao esquecimento,
Das inquietudes do coração em sofreguidão,
Que na distância as lágrimas revelam um sentimento,
Que se confunde entre a emoção e a razão.
Enfim....deixo então a alma gritar...
Colocar para fora toda a ilusão de um amar....
E como a chuva que se derrama sem o pássaro lamentar,
Corre em rios, os gemidos loucos, para o mar.