Um dia qualquer...
Os lençóis amassados,
denunciando a noite mal dormida.
Na janela, um raio de sol teimoso adentrando a penumbra.
Na mesinha ao lado da cabeceira a taça com um resto de vinho e a lembrança de um brinde solitário.
A brisa da manhã tocando-lhe a face num murmúrio insistente:
Recomeça... recomeça...
No banho, a água acariciando seu corpo frágil.
O sabonete deixando um cheirinho de lavanda no ar...
A toalha macia como um beijo de esperança...
A blusa de seda moldando-lhe o corpo e a calça de linho contornando seus quadris.
O batom ressaltando sua boca e sua face rosada.
O perfume, aquele velho conhecido...
O sapato, um salto... para a vida que recomeçava lá fora.