Anjo da Madrugada

Anjo da madrugada,

tua presença é silêncio,

paira no ar a leveza da noite,

enquanto o mundo dorme,

teu olhar vigia o invisível

e teu toque afaga almas inquietas.

Na escuridão, caminhas sereno,

abraçando o tempo esquecido,

onde os sonhos dos homens se entrelaçam

com o mistério do céu profundo.

Tu és o guardião do repouso,

a luz tênue entre as estrelas.

Teu sopro é brisa suave,

acaricia os que vagueiam solitários,

conversando com os ecos do passado,

ouvindo segredos que não se calam

e suavemente conduzes

ao descanso dos corações aflitos.

Anjo que não fala,

mas tua presença grita no silêncio,

testemunha do amanhecer que se avizinha.

Em teus passos, o céu desce à terra,

preenchendo a madrugada

com uma paz que poucos sentem.

E os que não dormem te conhecem,

observam tua sombra que dança

ao ritmo de um tempo distinto.

Anjo da madrugada,

és o elo entre a noite e o dia,

entre o cansaço e o renovo.

Sob teu olhar, o céu não tem pressa,

a vida repousa, mas não para,

e tu, sempre presente,

teces o fino véu da esperança

para os que esperam o sol nascer

sem medo do que virá.

E assim, a noite passa em silêncio,

teus passos se desvanecem na luz,

mas tua presença permanece

no sutil despertar da manhã.

Anjo da madrugada, guardião do tempo,

que retorna quando o mundo se esquece.

João Paulo Leal
Enviado por João Paulo Leal em 11/10/2024
Reeditado em 11/10/2024
Código do texto: T8171066
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