Errado

Sol a pomo do meio dia

Olhos esbugalhados e sonolentos

A mão busca o café

A ideia não vem átona

Arrepios da folha branca

Caneta morta a velar

O ato desconcertante

De fazer ou rabiscar

Certo ou errado

Não existe na criação

Que não dá vida....

Coração pesado suor na fronte

As tarde vai como chumbo

Solas gastas de sapatos

Dedos calejados no martelo

O trabalho não para

Ao cair do crepúsculo

A peça está disforme e torta

A métrica acabada

Mas não existe nada

Além da vontade

De transpor

A vida no papel...

Valdecir Rezende de Souza
Enviado por Valdecir Rezende de Souza em 12/09/2024
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