Agosto
Tem um elefante sentado no meu peito
Isso explicaria o peso
Mas não é sobre isso esse texto
É sobre ser esmagada pelos sentimentos
Revirada do avesso
Destroçado em pedaços
Ser morto pelo acaso
Cuspida em qualquer esquina
Num beco sem saída
Coberta de escaras
Do que a boca não sara
Faminta, perdida e suja
A roupa toda imunda
Vivendo o mundo nos trapos
As colchas são de retalho
Costura igual o meu peito
Partido, teimoso e sem jeito
Fissuras abertas ao acaso
Me falta o grito embargado
Não aguento mais ser estático
Me vou embora pro espaço
Onde nunca mais irei chorar
Virar poeira estelar
Asteróide em colisão
Poder criar a extinção
De tudo que me machucou