Um lugar comum
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Há um tempo ainda, antes do sol se por
e fico diante do mar vigiando o rumo das ondas
o lado escuro da tarde,o fogo brando que queima
por uma pequena distância..
onde os olhos podem encontrar seu lugar comum
Tenho a impressão que a suavidade da brisa
provoca em mim uma sonolência
dissipando a angústia do meu coração
deixando-a partir para o alto mar
lúcida e transparente
ao sabor do sopro constante dos ventos eólios
Guardo meu riso de alegria tensa
numa garrafa dourada e jogo-a ao mar
desejando que ela se vá até os próximos rochedos
que desmaiam nas ilhas solitárias
e se aloje ali entre os arrecifes
De vez em quando sento na areia morna
acompanhando as estrelas que chegam
para brilhar no meu pequeno mundo
rastreando cada segundo
cada minuto do meu sonhar
Quando anoitecer e os pássaros marinhos
se esconderem junto as pedras, vou ter com eles
isolada... meio trêmula de medo pelas tempestades
que hoje não vai acontecer
Solitária aqui ou ali, percebo que sou pouco inteligente
as alternativas que busco pra ir até você
São sempre as mesmas...o pensamento...os sonhos
já que estamos tão longe um do outro...
só me resta deitar o meu cansaço teimoso
fechar os olhos e chegar no seu lugar comum
sem encontrar o que estava procurando