Um lugar comum

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Há um tempo ainda, antes do sol se por

e fico diante do mar vigiando o rumo das ondas

o lado escuro da tarde,o fogo brando que queima

por uma pequena distância..

onde os olhos podem encontrar seu lugar comum

Tenho a impressão que a suavidade da brisa

provoca em mim uma sonolência

dissipando a angústia do meu coração

deixando-a partir para o alto mar

lúcida e transparente

ao sabor do sopro constante dos ventos eólios

Guardo meu riso de alegria tensa

numa garrafa dourada e jogo-a ao mar

desejando que ela se vá até os próximos rochedos

que desmaiam nas ilhas solitárias

e se aloje ali entre os arrecifes

De vez em quando sento na areia morna

acompanhando as estrelas que chegam

para brilhar no meu pequeno mundo

rastreando cada segundo

cada minuto do meu sonhar

Quando anoitecer e os pássaros marinhos

se esconderem junto as pedras, vou ter com eles

isolada... meio trêmula de medo pelas tempestades

que hoje não vai acontecer

Solitária aqui ou ali, percebo que sou pouco inteligente

as alternativas que busco pra ir até você

São sempre as mesmas...o pensamento...os sonhos

já que estamos tão longe um do outro...

só me resta deitar o meu cansaço teimoso

fechar os olhos e chegar no seu lugar comum

sem encontrar o que estava procurando

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 10/01/2008
Código do texto: T811715
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