Julieta
Alguém rabiscou uma parede,
Desenhou o rosto de Julieta,
Contorno tão suave com gentileza,
Ficou quase como o original tão doce,
Me lembrou os desenhos que te fiz,
Giz de cera coloridos para realçar,
Expressões de sorrisos e seriedade,
Olhos tristes em um rosto forte,
Fragilidade de uma flor no cimento,
Reflexo de um espírito tão livre,
Entre os sinais nas duas bochechas,
Para a simetria de mechas ruivas,
Da terra vermelha à neve tão alva,
Do calor do abraço ao frio da distância,
Olho para a parede que fala comigo,
Me conta histórias de outros tempos,
Dá nome aos personagens do enredo,
Acompanhando uma trilha sonora,
Do pop indie rock internacional,
Ah, aquele solo da guitarra Fender!
Os tijolos unem o que a vida separou,
Uma graça singela nos cílios delineados,
Do sonho à realidade, uma promessa,
Que se perdeu no incógnito destino,
A parede será pintada e Julieta sumirá,
Mas suas lembranças jamais partirão,
Não há quem apague um coração,
Quando os sentimentos se mantêm...