Poço sem nome
De repente, percebo que o ar está rarefeito.
Cada inspiração é uma luta, como se meus pulmões se recusassem a aceitar o pouco oxigênio disponível.
As coisas ao meu redor estão opacas, envoltas em uma névoa cinzenta que rouba as cores e apaga os contornos.
Os sons são distantes, ecoando de um lugar longínquo que mal consigo alcançar.
O riso, há muito tempo, não acha lugar na minha boca
estou novamente no poço sem nome, aquele lugar sombrio e profundo onde os pensamentos se embaralham e as emoções se perdem.
É um abismo conhecido, um velho inimigo-amigo que, mesmo invisível, exerce uma força irresistível sobre mim.
Caí novamente
sem perceber,
buscando desesperadamente uma maneira de subir à superfície, de encontrar novamente a luz e o ar fresco.