Céu Noturno.
Sentado ao frio, de madrugada
observava extasiado, o céu noturno
visão celeste em versão celestial
inacreditável panorama leste-oeste
flutuando muito além
da linha imaginária
que limita meu quintal
o imaginário, de repente
transportou-me a um lugar
totalmente inesperado
talvez fosse a imaginação
sempre latente
um sonho, uma esperança
ou pesadelo
Quem sabe
apenas desprendimento
que me torna ausente
a lugares ou momentos
contemplei os poderes da Lua
que molhava as mãos nos mares
distante de olhares mais atentos
e a dança ilusionista das estrelas
o tempo, deus atrapalhado
que não sabe e nem consegue
passar, sem causar atropelos
sem precisar de ajuda, tudo muda
desde a vida da gente
até a cor dos meus cabelos
O vento, que sopra suave
se alia ao seu amigo tempo
e juntos, montanhas esculpem
o limite de linguagem
não permite explicar a imagem
se eu fracassar, me desculpem
de repente
eles percebem que eu olhava
e o tempo fecha a cortina
então a luz do sol meus olhos lava
a noite assim termina
quando muda a paisagem celeste
tudo isso acontecendo
e você, com quem queria dividir
tudo isto
dormindo,
sem lembrar
que
eu
existo
Edson Ricardo Paiva.