TÃO

Um grito ecoa sobre o tempo

Levado pelo desejo não saciado

De um bêbado com o copo vazio

Numa mesa com três cadeiras para solidão

Um olhar que reflete a luz

Mas que nada ver ou sente

Como uma seta que aponta para cima

Com pingos de chuva que caem

Um dia tão distante da noite

Infinito e de respiração pesada

Que traz um pouco do pouco que temos

Em forma de um nada que sempre existirá