VONTADE

No lusco fusco do dia,

No fim da tarde de sol

No morrer da luz tão linda

No vir a ser da noite fria

No meio de Gente Grande

No coração das Crianças,

Há uma vontade tão grande

De brincar e ser feliz.

De Mentir que se é bom

De Cantar, de não chorar,

E, se chorar, só de alegria

Vontade de Náo morrer.

Vontade de caminhar

Sem nunca ter que parar

Vontade de Só amar,

Sem nunca ter que esquecer

Vontade de só ficar

Sem nunca ter que partir

Vontade de nunca ser

Aquilo que não se quer

Vontade, enfim, que nem sei

Se é vontade ou se desejo,

Se é loucura ou se é razão.

Mas no fim resta a verdade

Que resume esta vontade

Num sonho, somente um sonho!

(Porto Alegre, 1974)

ERNER MACHADO
Enviado por ERNER MACHADO em 08/05/2024
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