Alma nua
Menino carente – sou eu
Em busca de espaço, de tempo
Pra ser gente; ser bicho, talvez
Não ser sombra que assombra
Ou ser pai sem razão
Devendo sonho, atenção
Amante sem tom – dissonante
Confundido no toque do peito
Que aperto! em ciranda
Me vejo, me assusto, me perco
Palavras? Não sei que palavras...
Acenos incertos, vacilantes
Não entendidos – atritos
Acaso maquino maldade
E inocente, invado terreno
Avanço limites, habito, coabito
E mudo, meu grito, e lágrimas
Não vistos, não cridos:
Trucidam minh`alma
E agora?...
Que houve, que há
Palavras, afagos
E meigo olhar
- O coração perdoa?!
Geraldo Gabliel - o Pai.