FILHA DO MATO
O mundo lá fora me apavora
Que loucura é viver nessa cidade de concreto , nessa multidão de gente
eu me sinto num deserto
sem verde , sem flora
sem o pio de uma avezinha
só se escuta os motores dos carros
e suas ensurdecedoras buzinas
O céu com seus tons de cinza
me deixam depressiva
preciso voltar para minhas origens
minha essência é tão tímida
aqui estou infeliz e triste
Saudade de respirar um ar puro
de ver cavalos , porcos , burro...
todos no pasto da minha choupana
comer frutas no pé
jaca , laranja , banana...
Vim pra cidade grande pra ganhar dinheiro, em busca da tal
independência financeira
mas parte do que eu ganho , tenho
gastado na farmácia
com antidepressivos
Eu não consigo me adaptar
Preciso voltar pro mato
Esses prédios escondem as estrelas
Que saudade do coachar do sapo
das lendas , do café com macaxeira
Chega de viver triste
esse dinheiro não me trouxe felicidades
Obrigado cidade grande
por ti fui bem acolhida
mas vou em busca de qualidade de vida
minha alma tímida e bucólica
pedem a minha volta
onde eu sou feliz de fato
eu sou filha do mato
lá é meu lugar...