FILHA DO MATO

O mundo lá fora me apavora

Que loucura é viver nessa cidade de concreto , nessa multidão de gente

eu me sinto num deserto

sem verde , sem flora

sem o pio de uma avezinha

só se escuta os motores dos carros

e suas ensurdecedoras buzinas

O céu com seus tons de cinza

me deixam depressiva

preciso voltar para minhas origens

minha essência é tão tímida

aqui estou infeliz e triste

Saudade de respirar um ar puro

de ver cavalos , porcos , burro...

todos no pasto da minha choupana

comer frutas no pé

jaca , laranja , banana...

Vim pra cidade grande pra ganhar dinheiro, em busca da tal

independência financeira

mas parte do que eu ganho , tenho

gastado na farmácia

com antidepressivos

Eu não consigo me adaptar

Preciso voltar pro mato

Esses prédios escondem as estrelas

Que saudade do coachar do sapo

das lendas , do café com macaxeira

Chega de viver triste

esse dinheiro não me trouxe felicidades

Obrigado cidade grande

por ti fui bem acolhida

mas vou em busca de qualidade de vida

minha alma tímida e bucólica

pedem a minha volta

onde eu sou feliz de fato

eu sou filha do mato

lá é meu lugar...

NEREU AIRTO AMANCIO FILHO
Enviado por NEREU AIRTO AMANCIO FILHO em 16/03/2024
Código do texto: T8021335
Classificação de conteúdo: seguro