Imenso mar
Há muito tempo atrás eu achava que podia tocar o céu e deixar o amor me devorar, atravessar com desvario temeroso todo esse imenso mar,
Sonhar é seguir viviendo, e migrar sem destino inventando versos e caminhos, sentir o perfume da flor, se machucar nos seus espinhos,
Nada é definitivo, nem esses fantasmas que carregamos, nem o pântano escuro com seus extravios,
Eu atravessei meu ser impuro com essa solidão perdida entre noites cheias de espléndidas feridas, nunca estive vazio dessa última chama viva,
Há muito tempo atrás eu achava o mundo cheio de geografias povoadas de ausências e terras saturadas de más intenções...