Intempérie

Na terra batida,

Constrói seu legado.

Em ritmo de guerra,

No trabalho pesado;

Tem na força do braço,

O perfil de vencer:

A riqueza do homem,

A natureza do ser.

Nas idas e vindas,

Abastece sua fé.

Em casa o espera,

Sua esposa adorada;

Da lida enfadonha,

Um aconchego merece:

É mais um dia vencido;

Muito dura a jornada.

Só conhece a rotina,

Por ali quem passou.

É tão fácil de falar,

Por lá quem não o viu:

Nem o tinido do ferro,

Ou o chocalho que buliu.

A lida do meu Sertão,

Só sabe quem já sentiu.

Muita gente lá de fora,

Querendo arriscar palpite:

Falando do que não sabe,

Tem infringido a exatidão.

O nordestino é bem sofrido,

Mas é celeiro da nação.

Tem a grandeza na alma:

Cenário artístico nas mãos.

E tantas vezes nem pode,

Uma formação conquistar.

E a sua coragem é tamanha,

Que consegue suportar,

Os pesos da desigualdade,

Que tanta família enfrenta:

E é uma luta sangrenta,

Muitas vezes ao deus dará.

Mas é linda e poderosa,

A força de nossa gente;

Que ainda canta e suspira,

Aguardando a chuva no chão;

Que renova a promessa deixada,

Por nosso Deus de Abraão:

Só se vence um vencedor,

Quando se tira dele a razão.

Viva o povo nordestino!!!

Saúde e paz meu irmão!!!

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 11/01/2024
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