Mais um dia
De toda culpa, uma lição
Do lado oposto, um sentimento
E a poesia estanca o vento
Chega de sofrer, chorar pra quê?
As vezes me pergunto
Onde começa o fim de tudo
Onde eu me encontro comigo
Na esquina mais um inimigo
Na lua um brilho solitário
Reflete o sol que brilha
Brisa ao lé um calafrio
Um susto, um soluço, e o suor
Que escorre no corpo
A alma que expande
Uma luz mutante
Um grito na madrugada
O tempo rompe o silêncio
Transcende qualquer aprendizado
Uma escrita, uma letra, um vocábulo
O lenço umedecido de perfume
A noite se esvai apavorada
O canto do sabiá que acorda
O menino que pede o leite
A mãe que desmaiada na cama
Levanta de um só pulo
A fitar aquela criança faminta
Corre pro abraço afetivo
Encanta pelo esforço matutino
O dia de ontem jaz
Ja é página virada
O tempo que avança
A lua volta e brilha
Refletindo o sol que sumiu
Num outro local
Já é dia, é A luta
Que continua e continua...