Confissões em cruz
Apetece-me gritar ao vento que
estou vivo! (Ou não ...)
Apetece-me gritar que não sinto
o corpo ...
A minha morte veio, agora, intima,
embebida em lençóis de madrugada!
Estou cansado ...
Minha cama, meu dossel, minha carne
junto ao osso, coração de marinheiro
afogado no mar alto.
Trago uma cruz ao peito!
Apetece-me chorar, dizer adeus e não
partir,
não ter que chegar a lugar nenhum ...
Mar de mágoas sem destino,
rio de sangue sobre pedras,
meu corpo, minhas veias,
Minh'Alma de Poeta!