NAS ENTRANHAS DA NOITE
Nas entranhas da noite, a lua se despe de sua mortalha de nuvens,
Emergindo como um olho prateado, atento e sereno.
As estrelas, pérolas cósmicas, dançam em sua órbita,
Traçando constelações que contam histórias antigas.
O vento sussurra segredos aos galhos húmidos de orvalhos
Que se curvam em reverência, como anciãos sábios compartilhando memórias.
As folhas, em sua queda lenta e suave, pintam o chão de tons outonais,
Um tapete de despedida para o verão que se foi.
No riacho, a água canta uma canção de pedras polidas e musgo macio.
Os peixes deslizam como sonhos em busca de refúgio nas profundezas, onde a luz mal ousa penetrar.
E no coração da floresta, os troncos se entrelaçam, formando arcos e portais.
As raízes, como mãos entrelaçadas, afundam-se na terra, buscando segredos que só os séculos conhecem.