NAS ENTRANHAS DA NOITE

Nas entranhas da noite, a lua se despe de sua mortalha de nuvens,

Emergindo como um olho prateado, atento e sereno.

As estrelas, pérolas cósmicas, dançam em sua órbita,

Traçando constelações que contam histórias antigas.

O vento sussurra segredos aos galhos húmidos de orvalhos

Que se curvam em reverência, como anciãos sábios compartilhando memórias.

As folhas, em sua queda lenta e suave, pintam o chão de tons outonais,

Um tapete de despedida para o verão que se foi.

No riacho, a água canta uma canção de pedras polidas e musgo macio.

Os peixes deslizam como sonhos em busca de refúgio nas profundezas, onde a luz mal ousa penetrar.

E no coração da floresta, os troncos se entrelaçam, formando arcos e portais.

As raízes, como mãos entrelaçadas, afundam-se na terra, buscando segredos que só os séculos conhecem.

Charlis
Enviado por Charlis em 24/12/2023
Código do texto: T7961331
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