MANHÃS

Espero ansioso todos os dias

O romper suave da manhã

Abrindo as malhas do escuro

Como uma delicada artesã

Ela vem tão doce e humilde

Cheirosa como uma maçã

Afagando a terra e os homens

Que se perderam na noite vã

Eu acordo cedo para vê-la

Com a alma ditosa e pagã

No seu colo sou um menino

Com a alma apaziguada e sã

Tece as cortinas do dia

Com arte, graciosa tecelã

Dá-me forças para a luta

Nas terras do amanhã