Homem do campo
E seguia com seu sorriso ingênuo
Tratando da terra, plantando esperança
Tocava a boiada, cuidava do canavial
Sempre com o mesmo sorriso...
E lá ia aquele homem labutando sem parar
Incansável, numa pele ardida pelo sol
Mãos calejadas, corpo cansado
Sempre com o mesmo sorriso...
Nem sempre o tempo cooperava
Quanto já havia perdido
Sentava debaixo de uma árvore
onde chorava, chorava feito menino;
Sua raiz estava naquela terra
Sua vida era viver do campo
Mas nem sempre o sorriso se mostrava
pois algo se ganhava, mas muito se perdia;
E mais um amanhecer chegava e lá vai...
Pegava sua enxada com as mãos calejadas
Sentindo o cheiro da cana, o cheiro do mato
E de novo, mesmo triste, ainda sorria!