SOM DA NOITE
Silêncio denso sibilando entre os sicômoros
que é sinônimo da saudade e desamor
desbota a cor do arco-íris, firmamento
fica cinzento, fica frio e fica nu...
Tal qual Pagu eu rodopio em plena noite
sentindo o açoite do silêncio entre a folhagem
triste paisagem... tela de um artista insano
que, desumano, pinta cenas sem sentido.
No meu ouvido, ressoa o eco do teu nome
e minha fome do teu beijo não sacia
sigo vazia, sigo vazia, oca, surda, solitária
indumentária folha-seca, quebradiça...
uma cobiça do teu corpo mora em mim.
Por tua culpa, o meu inverno não tem fim