Ema
Jovens tardes de domingos
Em casa anunciavam
Doce murmúrio do vento
Dedicado a seus lamentos
Com alegria nas contendas.
Canta a Ema no serrado
Vagueia na capoeira
Várzea e chapadões
Suave vozes das pedreiras
Cutuca buracos risonho
Liberta-se da solidão.
Duras marcas do sol quente
Em busca de serpente
Cantando se diz amada
Junta graveto para o ninho
A proteger a filharada
Vai à beira das estradas
A cata do grão vizinho.
Na colossal aroeira descansa
Emas e pássaros grandes
E às vezes pequenos jabutis.
Canta ema ou seriema
Que seu canto chega aqui
Nas manhas ensolarada.
Antes de para escola eu partir
Canta alegre a meninada.
Imitando-se também o bem-te-vi.