Quanto viveres, Paulo, vivo ainda.
Aqui, um desponte de fé. Creio que Paulo há logo de ruborescer para tornar ao gado. Dizem as comadres que bálsamo para febre brucelose é o de esponja marinha, mas que mar cá na serra? Não importa! Iremos de empreitada em tropilhas, e Deus nos ajude.
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Descansa, pastor, sob a mantiqueira
Teus pés de pedra e amores magoados.
Reclina em meu seio a vossa doença,
E durmam-se os teus olhos madornados
Enquanto num livreto, em contra-guarda,
Recôndita, abriga-se uma cantiga
Jurando arder enferma quanto arda:
"Quanto viveres, Paulo, vivo ainda(...)"
Não te demores, amado, que choram
Ressupinos, outrora florejados
Os penedos. Brame também o gado
Triste, sem varão que sublime a alcunha.
E à tua amada, a indizível penúria
É antes predileta a prantear: "saudades!"