O menino e a pipa

Nos tempos só de alegria,

Embaixo da cama dormia,

O papagaio de cabresto.

Longas tranças de rabiola,

Cem metros de linha trinta,

Duas varetas de caniço.

Nos sonhos a cavalgadura

E livre no céu era a pipa.

O sopro do vento empinava

E sacolejando ela subia,

Nos estribos me segurava

Em seu galope bonito.

Que saudades desse tempo!

Onde tudo era possível...

A criança tem braços longos

E o seu poder é incrível!

Pena que alguém me trancou,

No estreito corpo em que habito.

Mas à noite pego o carretel

E na amplitude sou imerso.

Subindo no dorso do vento

Solto minha pipa de papel,

Pois, o menino é eterno e,

Na essência, infinito!

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 04/10/2023
Reeditado em 06/10/2023
Código do texto: T7901176
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