Palidez

Eu sou a lava de um vulcão

Sou as noites de pobreza

Sou os versos de tristeza

Que só sabem a solidão.

Eu sou nada e nada quero

Nada tenho e nada sou

Sei que irei e sempre vou

Onde leva o desespero.

Não sou bem e não sou mal

Sou bastardo do amor

Entre um servo e um Senhor

Sou um forte vendaval.

As gentes não me entendem

Nem me vêem como sou

Que só irei e sempre vou

Onde meus passos me levem.

Errarei por minhas mãos

Chorarei pelos meus olhos

Que sobre silvas e Abrolhos

Sou Destino e Solidão.