CERRADEIRO

CERRADEIRO

(Dux Pellegrino/Gerson Zequim 2009)

Sou chuvisco, névoa, cerração e nevoeiro

Sou um vento médio austral que sopra sorrateiro

Varrendo a nuvem de pólem no planalto goiano

Sou primo do sirocco e irmão do minuano

Patrulho fazendas vasculhando os quintais

Esgueirando como um lobo invisível e matreiro

Aspirando a poeira depositada nos arrozais

Sacudindo roseiras e arrepiando o mato rasteiro

No crepúsculo matinal chego pelo Norte

Penetro no profundo e mudo toda a sorte

Resfriando o fogo que queima o coração

Aplacando o calor que nasce da emoção

Sob o negro manto da noite incito ao amor

Trazendo uma brisa gélida na madrugada

Quebrando o orgulho da costela congelada

Estreitando o abismo embaixo do cobertor

Sou enviado por Deus para trazer a paz

Pulverizando o amor no sudoeste de Goiás

Sou apenas o vento que sopra com calma

Não sou causador do frio que vem da alma

Visito a cidade abelha a mais de cem anos

Presenciei progressos, vitórias e desenganos

Com fé me recordo do primeiro centenário

Desejando a Jataí mais um feliz aniversário

Dux Pellegrino e Gerson Zequim
Enviado por Dux Pellegrino em 15/09/2023
Reeditado em 28/10/2023
Código do texto: T7886664
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