Livre
Livre como a brisa eu serei
Uma ferrovia sem trilho,
Ao vento fazendo soalheiro
Da tulha ardiloso palheiro
No céu uma estrela sem brilho.
Pelas estradas vazias caminho
Livre a contemplar o universo,
Sem suprimento ou alforje
Vivendo somente o hoje
Alterando a vitória e o tropeço.
As estradas da vida percorrendo
Na ânsia de logo poder chegar,
Sempre pelas vias correndo
Belas paisagens desvendo
Sem destino a caminhar.
Do nada tornei-me tudo
No mundo do silêncio, tagarelo,
Nos céus uma andorinha a voar
Nos cardumes um peixe a nadar
Viver densamente, é meu anelo.
No meio das multidões vivo só
Será isto; solidão ou liberdade?
Sem manter vínculos de união
Aparentemente seria solidão
Mas isto é ser livre, “é liberdade.”
Sem ser chamado à atenção
Nem ninguém a me corrigir,
Sou uma nuvem que passa
Livre de crítica ou trapaça
Pelas estradas a prosseguir.
Sou um pássaro sem ninho
Com o mundo inteiro pra voar,
Sendo um solitário livre e feliz
Na vida que o destino pedis
Em liberdade choro a cantar.
No coração de cada um de vocês