RELÉS ARTISTA
Mantenha-me sempre longe do seu sorriso
Eu sou as sobras do seu último romance
Das altas qualidades que eu supunha ter
Fizeram-me uma figura não importante.
Se por ventura uma das obras minhas
Se destacar pelo lábios grossos
Mesmo que isso signifique rever os destroços, a mesma força atraente
Diante dos olhos a mesma delicadeza conservada nos dedos da escultura fria
Com um gesto infame
Tu dirás que não és minha.
Que nessa obra irregular que eu crio com mãos de artesão desajustado possam as virgens debruçarem os corações, e os moços olharem atenuados.
Para os seus pequenos e lânguidos seios tendo a sensação de os tocá los de senti-los com a maciez das pétalas mimosas da rosa colhida
Como do mel um favo!
Os teus cabelos que eram negros agora tem a cor do mármore longos como rio que corre até cobrir tua nudez charmosa, estarrecedora, com ar graciosa e leve as borboletas que pousam em tua pele de pedra juram sentir o perfume das camélias que tomava todo o corpo teu.
Agora longe vai talvez que fosse apenas uma saudade
Deixastes na manhã triste de inverno a ausência sem clemência e o desterro, que é todo meu.
Doce!
Tão doce que era!
Era tudo que ela tinha altiva e particular,
Sua voz que soava como um gemido
Nunca me deixava parar
Estátua ou poesia era tudo o que eu tinha para lhe dar!