O VERME DA SAUDADE
Há tantos seres perdidos dentro de mim
E eu tão mais perdido dentro deles
Rostos, vozes, cheiros, pele
Mosaicos embutidos fermentando exsudos
Meus olhos duas velas
Desatracadas do porto
Mareadas mortiças rosas negras
Profundas que a nada se agarram
Nem rastros deixam singram silenciosas
E somem sem farol sem vida
E a saudade refeitório de vermes!!!
Sempre corroendo entranhas famintas
Devoram restos e pegadas da mente
E sofrem condoídas pois se enchem de vazios
Um passo dado são dois no passado
Onde quer que você esteja
Visguento ele rasteja
Pelas veias lamacentas do seu pensamento
Até você se tornar um deles
Na vida de outra pessoa
Que gerou sua carne
Para ser devorada pelo
Mirabolante dançar de suas lembranças...