O VERME DA SAUDADE

Há tantos seres perdidos dentro de mim

E eu tão mais perdido dentro deles

Rostos, vozes, cheiros, pele

Mosaicos embutidos fermentando exsudos

Meus olhos duas velas

Desatracadas do porto

Mareadas mortiças rosas negras

Profundas que a nada se agarram

Nem rastros deixam singram silenciosas

E somem sem farol sem vida

E a saudade refeitório de vermes!!!

Sempre corroendo entranhas famintas

Devoram restos e pegadas da mente

E sofrem condoídas pois se enchem de vazios

Um passo dado são dois no passado

Onde quer que você esteja

Visguento ele rasteja

Pelas veias lamacentas do seu pensamento

Até você se tornar um deles

Na vida de outra pessoa

Que gerou sua carne

Para ser devorada pelo

Mirabolante dançar de suas lembranças...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 27/07/2023
Código do texto: T7847665
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