O SOL E O POETA!
Era doce a tristeza vespertina,
Ver o sol vermelho tombar no horizonte,
Prisioneiro ao desejar tocar a noite,
Condenado a agonia de só sentir seu perfume.
E de repente cantou a brisa
Enfim a noite desperta...
- É o sol batendo a porta?
- Não, só o besouro que tropeçou na janela,
Restava embaçada marejada de orvalho.
O fogo cedia ao frio,
Encantos de uma fada perversa,
O poeta como o sol se abraça a vida,
Deixando o tempo se perder na pressa.
Desejos, espólios, fagulhas de uma estrela cansada.
Razão de promessas nunca cumpridas.
Por fissura trocou o pão por um simples caderno,
Flagelo eterno de só com letras tocar sua musa.