Esse rio é meu
Antes, muito antes, havia águas limpas
Os peixes deslizavam suas cabeças nos penedos
Que refletiam o brilho de suas escamas
E não sentiam medos
Os meus ancestrais às suas bordas
Caçavam os preás do mato
E preservavam outros animais
A não quebrar o trato
O descaso denegriu sua cor
A expulsar sua beleza
Consentiu o despejo de privadas
A sujar a natureza
Sou cria das suas margens
É meu o direito de sonhar
E quando hoje acordei
Um gigante de ferro limpava o seu leito