As Correntes

Corrente elétrica

Corrente marítima

Correntes, irrestritas

Aprisionamento ou motivação?

Diferentes perspectivas

Para uma mesma função.

Me prendo à elas

Por questão de dependência.

Por natureza, me sinto água corrente

Fluindo sem força, mas ainda potente.

Em espaços abertos, nos braços correntes.

Dedo na tomada, choque nos dentes.

Segurança perdida

Abandonada, por vezes induzida.

Entrelaçadas, em elos

Isoladas ou unidas, flagelo.

Sufocado, me deixo levar por ventos, aéreo

Se não fosse medroso, navegaria mar afora, terreno.

Entre pólos, pingando de ponto a ponto, feito bússola.

Um forasteiro sem destino, decorrente da falta de vínculo.

Energizado, às vezes me sinto instigado

E nesses momento sóbrios, de pura atenção

Conecto-me às minhas veias, num pulsar arrítmico.

Corrente sanguínea, correnteza desenfreada, carregado.

Num salto, me desvencilhar é tudo o que busco.

Para em algum ponto, mudar de lugar, me arriscar.

Acorrentado ao universo, mas por ora não localizado.

Num cartaz um aviso: procurado.

Flavio Marcondes
Enviado por Flavio Marcondes em 02/04/2023
Reeditado em 02/04/2023
Código do texto: T7754485
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