PASSARINHANDO ENLEVOS POÉTICOS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
PASSARINHANDO ENLEVOS POÉTICOS - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
Um passarinho visitou-me, aconchegou-se
em minhas mãos, estava fraco e ofegante,
dei-lhe carinho, água e ele, num instante,
abriu os olhos e no meu olhar... mirou-se.
Talvez se visse... ou me visse... tenho alma
de passarinho, pois nasci para voar,
menino-pássaro, eu também amo cantar,
pois o encanto do que canto me acalma.
O passarinho era um canário-da-terra,
amarelinho como o Sol do meio-dia
que fustigava a manhã com poesia,
e expulsava as sombras trágicas da guerra.
Mirei-me nele, procurei a liberdade
que há no cantar feliz de cada passarinho.
meu coração, no meu silêncio, fez um ninho,
mas, ao voar, me trouxe mais felicidade.
Um passarinho visitou-me e foi-se embora,
sumiu no azul, partiu feliz
sem que eu o visse,
minha razão de ser humano contradisse
meu coração que ri do sonho que a dor chora.
Se eu fosse mesmo um passarinho, criaria
um voo sem rumo no rumo de algum enlevo
porque meu sonho de ser livre, eu o escrevo,
a cada vez que o meu voar faz...poesia.
Às 18h e 43min do dia 17 de março de 2023 do Rio de Janeiro. Registrado e Publicado no Recanto das Letras.