ENFERMIDADE
A doença novamente se renova,
Sinto a presença n’alma
Brinca os pensamentos friamente
Aquecendo a sua morada...
Doente estou e agora?
Louca, insana, descontrolada.
Em busca de um só caminho...
Seja um túnel ou uma escalada.
Brincas com as lágrimas geladas,
Por saber, logo ali estar...
No deserto que me tornei o ser
De amargura ou puro desprazer.
Coroe, devora as entranhas,
Destorci o corpo pouco a pouco,
Saboreai a minha tristeza,
De não saber mais sonhar.
Devora, consome aos pouco.
Sorve o líquido da transpiração
Por agüentar a trepidação
De esse enorme ser.
Veneno percorre o sangue.
Eis, mais uma vez, a voz mortificante,
A lembrar quem vence e triunfa
A paixão doente vibra a atormentar.