Quem se importa.
Negros importam,
brancos importam,
pardos importam,
todos importam.
Importam pensamentos,
realidades banais,
atitudes fatais,
velhos casuais.
Usam um sistema,
do engano de Alcatraz,
importam suas presas,
para muitos - duras penas.
Saboream sonhos,
da tristeza - da favela,
calam a voz que embala,
calam a criança tão faceira
Negros importam,
brancos importam,
pardos importam,
todos importam.
Apenas importam,
sem ver,
sem saber,
sem sofrer
sem saber quem vai morrer.
Importam lágrimas,
sem dor e sem favor,
sem cor e sem sabor,
sem vida e sem pudor.
Quero apenas um motivo,
para importar o que importam,
nesta vida passageira,
quem ainda se importa.
Sobrevivo a vida,
reclusa e excluída,
perdido em uma rima,
do genocídio que abriga.
Negros importam,
brancos importam,
vidas importam,
todos importam.