AS MANHÃS NASCEM
As manhas nascem devagar
Imperturbáveis
Moldura após moldura
De alma em alma
De canto em canto
De cada pássaro vulgar
A luz do sol me espia
Meu corpo grudado ao lençol
A alma sonolenta suspira
Sob o bronze austero
Das barras do arrebol
Oh! realidade insalubre e fria
Contudo, mantenho as ilusões
Em meio à dor que galopa em meus domínios
Ela carrega uma bandeira branca, que não é paz
Mas respingos da vida, insalubre e vazia!