A CASA
A casa ficava do outro lado do igarapé, entre a estrada e a casa, corria sobre as águas o mundo imaginário. A seletiva na travessia, arbitrava a escolha de quem deveria ficar ou partir.
Nos dias de roça, quase não se via moradores na tapera, até as aves de outrora que ornavam com seus cantos o pomar, tinham também seus dias de refúgio, o lugar de costumes alegres, tinha também tempos de solidão.
As taipas incorporadas, não evitavam o fugor do sol, que de tão presente, aqueciam os planos, despertando os retardatários a lida prosseguir.
As taipas extendidas da casa de chão batido, não faziam juz aos sonhos empenhados, mas agrupadas, abrigavam os sonhos contidos nos abrigados.
A moça ávida no batente das obrigações, suspirava: O Pai e a mãe foram à roça, bem que eu também deveria partir. Nem pra aparecer um viajante bonito por aqui.
Vai canoeiro, das muitas travessuras, faz uma só ao meu favor, apressa-te, canoeiro, cumpre tua missão com louvor.
Leva a paixão mal resolvida e traga ligeiro e sem medo um pretendente de bom coração. Já não faço questão que seja rico, sendo um arqueiro certeiro que me fleche, já lhe cedo amor; Á vida toda, gratidão.