Eu não saberia ter essas palavras nem se elas botassem em mim
Há anos esperando uma felicidade fortuita
Há séculos pretendendo o que eu nunca pretendia
Menos que isso, nunca seria
Meus olhos são dourados
Minhas lágrimas queimam
Seja meu rosto, seja o chão
Quando elas caem, minha pele descama
Pelo infortúnio, o simples vazio de ser eu
E tudo que parece cair são palavras
De alguém que já esqueceu
Porque essa nunca fui eu
Sempre fui feita de palavras
Não minhas, mas cuspidas no meu rosto por alguém que gostava muito de gritar
E eu ainda pareço procurar
Essa tola felicidade:
Minha bomba pessoal
Que bate no meu peito
Parecendo querer explodir
(Mas nunca de fato)
Precisava entender um pouco
Essa felicidade não vai aparecer
Para sempre
Essa felicidade não surgirá
Repentinamente
Por que, sinceramente,
que seria isso?
Talvez eu nem queira essa tal
Felicidade, meu cérebro diz
Em controle dos músculos
do meu corpo
Que lutam com a faca na mão
Só que em silêncio,
Ninguém precisa saber
E na realidade, só faço olhar para o céu e chorar...